terça-feira, 25 de setembro de 2007
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Dentro em mim há uma parte que te odeia,
Quando dizes que sou somente um caso.
E ignoras toda mágoa que rodeia
E a aflição que me toma o olho raso.
Mas entanto, outra parte te anseia
Incandesce-me em fogo, põe em brasa.
Me carrega em delírio, me incendeia
Quando amamos aos gritos pela casa.
Nesta angustia o meu peito se divide.
Se uma parte te diz sim, outra diz não.
Se uma parte te acalenta, outra agride..
Se uma parte te aceita, outra renega,
E a que nega deixa nítida impressão
Que querendo afastar-se ...mais se apega!
Quando dizes que sou somente um caso.
E ignoras toda mágoa que rodeia
E a aflição que me toma o olho raso.
Mas entanto, outra parte te anseia
Incandesce-me em fogo, põe em brasa.
Me carrega em delírio, me incendeia
Quando amamos aos gritos pela casa.
Nesta angustia o meu peito se divide.
Se uma parte te diz sim, outra diz não.
Se uma parte te acalenta, outra agride..
Se uma parte te aceita, outra renega,
E a que nega deixa nítida impressão
Que querendo afastar-se ...mais se apega!

O Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo
Não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
Mas do destino vão negar a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
Feitas de sofrimento e beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
E por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
Aquilo que foi grande e deslumbrante,
O antigo amor, porém, nunca fenece
E a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
E resplandece no seu canto obscuro,
Tanto mais velho quanto mais amor.
( Carlos Drummond de Andrade )
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